O jornal da ditabranda, sempre travando o mau combate, mobilizou seus pesquisadores de opinião para dar argumento aos defensoreres da escalada autoritária na Universidade de São Paulo.
Gostou tanto do resultado que o trombeteou na capa: "58% dos alunos da USP apoiam a PM no campus".
Nenhuma novidade. Também em 1968 os estudantes de Exatas e Biológicas, em sua maioria, queriam apenas o diploma, a profissão bem paga, a carreira e o status. Que a cidadania fosse para o diabo. Que o povo continuasse pisoteado pelas botas militares.
A liberdade só era prioridade para os alunos de Humanas, como continua sendo até hoje.
E os reacionários da época usavam o mesmíssimo bordão contra os justos e os idealistas: universidade é lugar para estudar, não para fazer baderna.
Agora acrescentam: nem para se fumar maconha.
Pois bem, não fujo da raia e afirmo com todas as letras: hoje, os que apenas desempenham cegamente suas profissões, sem levarem em conta os efeitos sociais que elas produzem, desprovidos de espírito crítico, alheios à terrível desigualdade que tudo corrompe e a tudo distorce, contribuindo para que o capitalismo continue nos conduzindo a todos para os abismos econômico e ecológico, são mais perniciosos do que os maconheiros.
Não é neste nível que deve ser colocada a discussão, claro!
Mas, os empedernidos fascistóides não cansam de apelar para a demagogia mais rasteira, distorcendo os reais motivos da crise ao omitirem:
que se tratou da consequência inevitável das decisões atrabiliárias de um reitor ultradireitista até a medula;
que o movimento estudantil sempre foi contra a presença de brucutus fardados no campus; e
que a prisão dos três jovens não passou da gota d'água que entornou o copo.
Nesta comédia de erros e de falácias, o mais inaceitável é a miopia e pequenez moral dos velhos e novos esquerdistas que se deixam intimidar pelos rolos compressores midiáticos e se omitem do DEVER de darem integral apoio ao movimento estudantil -- o qual, com todas as limitações atuais, é quem carrega as esperanças de um Brasil melhor.
O outro lado só nos promete injustiças e mais injustiças, alienação e mais alienação, repressão e mais repressão.
Celso Lungaretti é jornalista e escritor.
Nenhuma novidade. Também em 1968 os estudantes de Exatas e Biológicas, em sua maioria, queriam apenas o diploma, a profissão bem paga, a carreira e o status. Que a cidadania fosse para o diabo. Que o povo continuasse pisoteado pelas botas militares.
A liberdade só era prioridade para os alunos de Humanas, como continua sendo até hoje.
E os reacionários da época usavam o mesmíssimo bordão contra os justos e os idealistas: universidade é lugar para estudar, não para fazer baderna.
Agora acrescentam: nem para se fumar maconha.
Pois bem, não fujo da raia e afirmo com todas as letras: hoje, os que apenas desempenham cegamente suas profissões, sem levarem em conta os efeitos sociais que elas produzem, desprovidos de espírito crítico, alheios à terrível desigualdade que tudo corrompe e a tudo distorce, contribuindo para que o capitalismo continue nos conduzindo a todos para os abismos econômico e ecológico, são mais perniciosos do que os maconheiros.
Não é neste nível que deve ser colocada a discussão, claro!
Mas, os empedernidos fascistóides não cansam de apelar para a demagogia mais rasteira, distorcendo os reais motivos da crise ao omitirem:
que se tratou da consequência inevitável das decisões atrabiliárias de um reitor ultradireitista até a medula;
que o movimento estudantil sempre foi contra a presença de brucutus fardados no campus; e
que a prisão dos três jovens não passou da gota d'água que entornou o copo.
Nesta comédia de erros e de falácias, o mais inaceitável é a miopia e pequenez moral dos velhos e novos esquerdistas que se deixam intimidar pelos rolos compressores midiáticos e se omitem do DEVER de darem integral apoio ao movimento estudantil -- o qual, com todas as limitações atuais, é quem carrega as esperanças de um Brasil melhor.
O outro lado só nos promete injustiças e mais injustiças, alienação e mais alienação, repressão e mais repressão.
Celso Lungaretti é jornalista e escritor.
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