Publicado em 24 de janeiro de 2013 no Blog do Miro.
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O PSDB divulgou hoje à tarde uma nota oficial confessando que sentiu o baque com o pronunciamento de Dilma Rousseff em rede nacional de rádio e tevê na noite de quarta-feira. Os tucanos adoram a "liberdade de expressão" dos "calunistas" da mídia. Eles têm orgasmos com as análises "imparciais" de Miriam Leitão, Merval Pereira, Ricardo Noblat e até com os rosnados dos pitbulls da Veja. Mas ficaram indignados com a presidenta, que anunciou à nação a redução das contas de luz e retrucou os "pessimistas" de plantão. A tal "liberdade de expressão" da direita não contempla sequer a presidenta eleita pela maioria dos brasileiros.
Na nota oficial, o PSDB afirma que "o governo do PT acaba de ultrapassar um
limite perigoso para a sobrevivência da jovem democracia brasileira. Na noite
desta quarta-feira, o país assistiu à mais agressiva utilização do poder público
em favor de uma candidatura e de um partido político: o pronunciamento da
presidente Dilma Rousseff... Durante os oito minutos de divulgação obrigatória
por parte das emissoras de rádio e TV brasileiras, a presidente Dilma faltou com
a verdade, fez ataques a seus adversários, criticou a imprensa e desqualificou
os brasileiros que ousam discordar de seu governo".
Na maior caradura, a nota afirma ainda que "o conceito de República foi
abandonado. A chefe da Nação, que deveria ser a primeira a reconhecer-se como
presidente de todos os brasileiros, agora os divide em dois grupos: o 'nós' e o
'eles'. O dos vencedores e o dos derrotados. Os do contra e os a favor. É como
se estivesse fazendo um discurso numa reunião interna do PT, em meio ao agitar
das bandeiras e ao som da charanga do partido... No governo do PT, tudo é
propaganda, tudo é partidarizado".
Os tucanos, que minguam a cada eleição, parecem que esqueceram a postura
autoritária que adotaram no triste reinado de FHC. Exército acionado para
reprimir os grevistas da Petrobras, ações truculentas contra ocupações de terras
ociosas, rolo-compressor no Congresso Nacional, submissão do Judiciário e
relação promíscua com os barões da mídia. Quem sempre desqualificou os
adversários foram os caciques tucanos, que acusaram os que resistiram à
privataria das estatais e à retirada de direitos trabalhistas de "dinossauros".
Para usar uma famosa expressão de FHC, os tucanos agora repetem o blablablá dos
derrotados.
A reação intempestiva e patética do PSDB ao pronunciamento da presidenta
confirma porque a direita teme tanto a regulação democrática da mídia. Ela quer
manter o monopólio da palavra nas emissoras de rádio e TV, que são concessões
públicas. Ela quer garantir a exclusividade de espaço para os seus porta-vozes
na radiodifusão, para os seus "calunistas" amestrados. O PSDB sabe que só
sobrevive hoje graças à "turma do contra" da mídia venal. Quando Dilma utilizou
um direito constitucional, a direita sentiu o baque!
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