"El teatro es la poesía que se levanta del libro y se hace humana".
Federico Garcia Lorca
O teatro é uma escola de pranto e de riso e uma tribuna livre onde os homens podem pôr em evidência morais velhas e equívocos e explicar com exemplos vivos normas eternas do coração e do sentimento do homem.
Um povo que não ajuda e não fomenta seu teatro, se não está morto, está moribundo; como o teatro que não recolhe a palpitação social, a palpitação histórica, o drama de suas gentes e a cor genuína de sua paisagem e de seu espírito, com riso ou com lágrimas, não tem direito de chamar-se teatro, mas sala de jogo ou lugar para fazer essa horrível coisa que se chama "matar o tempo". Não me refiro a ninguém, nem quero ferir ninguém; não falo da realidade viva, mas do problema plantado sem solução.
Ouço todas os dias, queridos amigos, falar da crise do teatro, e sempre penso que o mal não está diante de nossos olhos, mas no mais escuro de sua essência; não é um mal de flor atual, ou seja, de obra, mas de profunda raiz, que é, em suma, um mal de organização. Enquanto atores e autores estiverem em mãos de empresas absolutamente comerciais, livres e sem nenhum controle literário nem estatal de espécie alguma, empresas jejunas de todo critério e sem garantia de nenhuma classe, atores, autores e o teatro inteiro se desmoronarão cada dia mais, sem salvação possível.
Trecho de Palestra sobre teatro proferida por Federico Garcia Lorca em Heraldo de Madri no dia 2 de fevereiro de 1935 e publicada por Companhia José Aguilar Editora no volume III - Prosa Viva/Ideário Coligido em 1975.
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